Guia da Volta à Flandres 2017
Amanhã disputa-se o segundo monumento do ciclismo em 2015, é dia da mítica Volta a Flandres. Será a 101ª edição da principal competição da região que vive o ciclismo com mais paixão, a Flandres. É habitual ouvir ou ler que esta prova é a preferida deste ou daquele seguidor de ciclismo, porque realmente é uma das provas mais míticas e importantes que se realiza todos os anos.
Os seus inúmeros Hellingen's, que nós por cá traduzimos como subidas, colinas ou muros, com pavé à mistura e a quilometragem a rondar os 250 ou 260 quilómetros faz desta clássica, uma das mais duras do calendário velocipédico mundial.
São seis os ciclistas que partilham o maior número de vitórias na prova, com três vitórias cada um temos: Achiel Buysse (1940, 1941 e 1943), Fiorenzo Magni (1949, 1950 e 1951), Eric Leman (1970, 1972 e 1973), Johan Museeuw (1993, 1995 e 1998), Tom Boonen (2005, 2006 e 2012) e Fabian Cancellara (2010, 2013 e 2014).
Em termos de ranking de vitórias por país, o grande dominador é sem grande surpresas, a Bélgica:
1.Bélgica-68
2.Itália-10
3.Holanda-9
4.Suiça-4
5.França-3
6.Alemanha-2
7.Reino Unido-1
7.Dinamarca-1
7.Noruega-1
7.Eslováquia-1
A partida e a chegada tem variado ao longo da história da prova, até ao anos 70, a partida tinha sido sempre realizada da cidade de Gent,
aqui ficam a diferentes variantes utilizadas ao longo dos anos:
1913-Gent – Mariakerke
1914-Gent – Evergem
1919–1923 Gent – Gentbrugge (Arsenal)
1924–1927 Gent – Gent (pista)
1928–1941 Gent – Wetteren
1942–1944 Gent – Ghent (pista)
1945–1961 Gent – Wetteren
1962–1972 Gent – Gentbrugge
1973–1976 Gent – Meerbeke
1977–1997 Sint-Niklaas – Meerbeke
1998–2011 Brugges – Meerbeke
2012-2016 Brugges - Oudenaarde
2017-?? Antuérpia - Oudenaarde
História
Em 1913 a principal prova era a Volta à Bélgica, sendo que a Liège-Bastogne-Liège e as outras provas de um dia ainda não tinham atingido grande popularidade. A revista Sportwereld ao assistir à vitória de Odile Defraye na Volta à França de 1912, decidiu que era tempo de se criar uma grande prova na Flandres, Karel van Wijnendaele um dos fundadores da revista organizou a 1ª edição.
A Volta à Flandres desde cedo esteve fortemente ligada à identidade da Flandres, a intenção era concorrer e contrabalançar o domínio francês e da Valónia no ciclismo. Este facto, politizou a prova e fez com que uma grande parte das equipas francesas não participassem na mesma. Desta forma o pelotão não contou com os melhores corredores da época.
A primeira edição foi ganha por Paul Deman, num sprint de um grupo de cinco. No total participaram 37 corredores que iniciaram a jornada épica de 324 quilómetros, após Van Wijnendaele proferir a seguinte expressão: "Heeren, vertrekt!". Os primeiros completaram a prova em 12 horas, 3 minutos e 10 segundos.
últimos 10 vencedores
2007 Alessandro Ballan (Ita) Lampre-Fondital
2008 Stijn Devolder (Bel) Quick Step
2009 Stijn Devolder (Bel) Quick Step
2010 Fabian Cancellara (Swi) Team Saxo Bank
2011 Nick Nuyens (Bel) Saxo Bank-SunGard
2012 Tom Boonen (Bel) Quick Step
2013 Fabian Cancellara (Swi) RadioShack-Leopard-Trek
2014 Fabian Cancellara (Swi) Trek Factory Racing
2015 Alexander Kristoff (Nor) Team Katusha
2016 Peter Sagan (Svk) Tinkoff
Edição 2016
1 Peter Sagan (Svk) Tinkoff Team 6:10:37 2 Fabian Cancellara (Swi) Trek-Segafredo 0:00:25
3 Sep Vanmarcke (Bel) Team LottoNl-Jumbo 0:00:28
4 Alexander Kristoff (Nor) Team Katusha 0:00:49
5 Luke Rowe (GBr) Team Sky
6 Dylan Van Baarle (Ned) Cannondale Pro Cycling
7 Imanol Erviti (Spa) Movistar Team
8 Zdenek Stybar (Cze) Etixx - Quick-Step
9 Dimitri Claeys (Bel) Wanty - Groupe Gobert
10 Niki Terpstra (Ned) Etixx - Quick-Step
Percurso
Antuérpia - Oudenaarde (260 Km)
O percurso deste ano, tal como o da edição do ano passado tem como ponto crucial a combinação Oude Kwaremont e Paterberg, sendo que a primeira abre as hostilidades com 103 quilómetros percorridos. O Paterberg será transposto por duas ocasiões, a segunda será a última subida do dia, enquanto que o Oude Kwaremont também será ultrapassado por três vezes. A principal seleção deverá ser na primeira passagem pela sequência, Oude Kwaremont+Paterberg, a cerca de 55 Kms do final. Depois aparece a sequência de subidas, inclui, o Koppenberg, Steenbeekdries, Taaienberg e Kruisberg, que ainda farão mais estragos, continuando a seleção.
A maior novidade nesta 101ª edição é o regresso da mítica subida ao Kapelmuur que se situa a 95 Kms da linha de meta.
A primeira parte do percurso, ou seja os primeiros 100 quilómetros não tem dificuldades, como é hábito.
Mapa |
Perfil |
Aqui ficam as características das 18 subidas (Oude Kwaremont e Paterberg repetem), destaque também a presença dos míticos Kapemuur e Koppenberg.
Quadro com os muros e as suas características |
Quadro com os sectores de pavé |
Meteorologia
A temperatura variará entre os 13ºC no inicio em Antuérpia e os 16 ºC, já para o final. O vento é sempre um factor muito importante nas clássicas flamengas, no entanto, este ano espera-se vento de Oeste fraco (8 Km/h), durante grande parte da prova.
Startlist
AquiFavoritos
Peter Sagan
O campeão do mundo e vencedor da edição do ano passado é sem dúvida o grande favorito. Na Gent-Wevelgem decidiu abdicar de lutar pela vitória, numa situação caricata que o envolveu a ele, Niki Terpstra e Soren Kragh Andersen.
Peter Sagan habitualmente quando consegue estar no grupo da frente, tem a tendência para trabalhar em demasia, no entanto desta vez decidiu que não trabalharia para principalmente Niki Terpstra.
No ano passado, o seu ataque no Paterberg deixou pregado Sep Vanmarcke, acreditamos que o eslovaco é o mais forte neste tipo de subidas e muito poucos o poderão seguir.
Greg van Avermaet
Divide o favoritismo com Peter Sagan, muito por culpa da grande temporada que está a realizar no pavé. Venceu a Omloop e as duas últimas clássicas, a E3 e Gent-Wevelgem. É um corredor capaz de seguir os melhores nas subidas flamengas e depois de os vencer no sprint, que o diga Peter Sagan.
Tiesj Benoot
Um dos ciclistas belgas da nova geração com mais talento. É muito versátil, com excelentes características para diversos terrenos e com especial apetência para as clássicas de pavé.
Na sua estreia em 2015, foi 5º classificado. No entanto, está complicado de confirmar tudo de bom que se augurava dele. Este ano, o melhor resultado na primavera foi o 4º na Kuurne-Bruxelles-Kuurne e também foi 7º na Dwars door Vlaanderen.
A sua equipa está a ter uma primavera complicada, sem grandes resultados.
Sep Vanmarcke
Outro dos eternos favoritos a vencer a Volta à Flandres e o Paris-Roubaix, mais um ano e mais uma vez não podia faltar nesta lista.
A Vanmarcke parece-lhe faltar sempre alguma coisa, um dos principais problemas do belga é que estando sozinho, tem a tendência de responder a tudo e todos.
No ano passado, conseguiu seguir Peter Sagan no Oude Kwaremont, mas no Paterberg foi descarregado pelo eslovaco e acabou por ser apanhado por Cancellara, sendo 3º.
Este ano, caiu na Strade Bianche e tem estado com alguns problemas físicos, mas para o 2º monumento da temporada, já deve estar em boas condições.
Alexander Kristoff
Vencedor da edição de 2015, num ano muito bom para o norueguês, que não se repetiu em 2016. Em 2017, ele tem mostrado sinais que poderá voltar a aproximar-se do nível de 2015.
Fez uma boa prova nos 3 dias de Panne, destaque para o contrarrelógio de bom nível e para a vitória de etapa.
Niki Terpstra
Vencedor do Paris-Roubaix de 2014 e 2º classificado na Volta à Flandres em 2015, o holandêsé um dos grandes nomes neste tipo de terreno. Está numa equipa fortíssima, que tem vários candidatos, o que por um lado é bom, por outro como não há um líder, não há um foco num ciclista, em que todos trabalham para ele.
Os últimos dois anos não foram brilhantes, mas de Terpstra pode-se esperar tudo no pavé. Contra si, tem o facto de ser um péssimo finalizador, o que quer dizer que para ganhar terá de se isolar.
Philippe Gilbert
Com a chegada à Quick-Step Floors, Gilbert parece outro ciclista comparando com os últimos anos na BMC. Parece ter reencontrado o prazer de andar de bicicleta e também a forma de outros anos.
Acabadinho de vencer os 3 dias de Panne, onde aniquilou a concorrência no Kapelmuur e depois defendeu de forma perfeita a liderança. Em todas as provas que entrou em 2017, tentou sempre algo.
Na nossa opinião é o corredor da Quick-Step Floors a ter mais em conta.
Oliver Naesen
Mais um dos novos nomes do ciclismo belga para este terreno. Os resultados de Naesen este ano neste terreno falam por si: 7º na Omloop, 8º na Kuurne-Bruxelles-Kuurne, 6º na Dwars door Vlaanderen, 4º na E3 e 22º na Gent Wevelgem.
Já tinha dado mostras em anos anteriores que poderia ser um corredor interessante para o futuro e este ano tem confirmado isso.
Tom Boonen
Venceu a prova por 3 ocasiões, o belga é um dos melhores de sempre no pavé, um dos nomes mais famosos do ciclismo belga.
Além das 3 Voltas à Flandres, tem 4 Paris-Roubaix e mais umas quantas clássicas, num curriculo de sonho. Esta será a última participação de Boonen na Volta à Flandres, depois de em 2016 o seu grande rival ter arrumado a bicicleta, este ano é a vez de Tom Boonen.
Não é dos principais favoritos a ganhar este ano, ele próprio admitiu que o objectivo é o Paris-Roubaix. Mas Boonen estando em prova é sempre um homem a vigiar, o estatuto que angariou faz com que seja obrigatória a sua presença nesta lista.
John Degenkolb
O alemão já venceu um Paris-Roubaix e a prova francesa na nossa opinião assenta-lhe melhor. Mas, o ciclista da Trek não pode ser ignorado, na Gent Wevelgem, foi o único que tentou ir na roda de Peter Sagan e Greg Van Avermaet na última subida do dia, perdendo poucos metros que recuperaria no plano, o que é um bom sinal.
A sua equipa também é das mais fortes em prova, com Stuyven, Theuns e Felline e serem gregários de luxo. Apesar disso, a Trek-Segafredo não tem estado muito bem nesta primavera.
Irão participar dois portugueses, ambos da equipa Movistar, Nélson Oliveira e Nuno Bico. O primeiro, é um ciclista já com alguma experiência neste tipo de prova e com alguns resultados interessados. Em relação a Nuno Bico, o jovem estreia-se na Volta à Flandres, é uma incógnita.
O campeão do mundo e vencedor da edição do ano passado é sem dúvida o grande favorito. Na Gent-Wevelgem decidiu abdicar de lutar pela vitória, numa situação caricata que o envolveu a ele, Niki Terpstra e Soren Kragh Andersen.
Peter Sagan habitualmente quando consegue estar no grupo da frente, tem a tendência para trabalhar em demasia, no entanto desta vez decidiu que não trabalharia para principalmente Niki Terpstra.
No ano passado, o seu ataque no Paterberg deixou pregado Sep Vanmarcke, acreditamos que o eslovaco é o mais forte neste tipo de subidas e muito poucos o poderão seguir.
Greg van Avermaet
Divide o favoritismo com Peter Sagan, muito por culpa da grande temporada que está a realizar no pavé. Venceu a Omloop e as duas últimas clássicas, a E3 e Gent-Wevelgem. É um corredor capaz de seguir os melhores nas subidas flamengas e depois de os vencer no sprint, que o diga Peter Sagan.
Tiesj Benoot
Um dos ciclistas belgas da nova geração com mais talento. É muito versátil, com excelentes características para diversos terrenos e com especial apetência para as clássicas de pavé.
Na sua estreia em 2015, foi 5º classificado. No entanto, está complicado de confirmar tudo de bom que se augurava dele. Este ano, o melhor resultado na primavera foi o 4º na Kuurne-Bruxelles-Kuurne e também foi 7º na Dwars door Vlaanderen.
A sua equipa está a ter uma primavera complicada, sem grandes resultados.
Sep Vanmarcke
Outro dos eternos favoritos a vencer a Volta à Flandres e o Paris-Roubaix, mais um ano e mais uma vez não podia faltar nesta lista.
A Vanmarcke parece-lhe faltar sempre alguma coisa, um dos principais problemas do belga é que estando sozinho, tem a tendência de responder a tudo e todos.
No ano passado, conseguiu seguir Peter Sagan no Oude Kwaremont, mas no Paterberg foi descarregado pelo eslovaco e acabou por ser apanhado por Cancellara, sendo 3º.
Este ano, caiu na Strade Bianche e tem estado com alguns problemas físicos, mas para o 2º monumento da temporada, já deve estar em boas condições.
Alexander Kristoff
Vencedor da edição de 2015, num ano muito bom para o norueguês, que não se repetiu em 2016. Em 2017, ele tem mostrado sinais que poderá voltar a aproximar-se do nível de 2015.
Fez uma boa prova nos 3 dias de Panne, destaque para o contrarrelógio de bom nível e para a vitória de etapa.
Niki Terpstra
Vencedor do Paris-Roubaix de 2014 e 2º classificado na Volta à Flandres em 2015, o holandêsé um dos grandes nomes neste tipo de terreno. Está numa equipa fortíssima, que tem vários candidatos, o que por um lado é bom, por outro como não há um líder, não há um foco num ciclista, em que todos trabalham para ele.
Os últimos dois anos não foram brilhantes, mas de Terpstra pode-se esperar tudo no pavé. Contra si, tem o facto de ser um péssimo finalizador, o que quer dizer que para ganhar terá de se isolar.
Philippe Gilbert
Com a chegada à Quick-Step Floors, Gilbert parece outro ciclista comparando com os últimos anos na BMC. Parece ter reencontrado o prazer de andar de bicicleta e também a forma de outros anos.
Acabadinho de vencer os 3 dias de Panne, onde aniquilou a concorrência no Kapelmuur e depois defendeu de forma perfeita a liderança. Em todas as provas que entrou em 2017, tentou sempre algo.
Na nossa opinião é o corredor da Quick-Step Floors a ter mais em conta.
Oliver Naesen
Mais um dos novos nomes do ciclismo belga para este terreno. Os resultados de Naesen este ano neste terreno falam por si: 7º na Omloop, 8º na Kuurne-Bruxelles-Kuurne, 6º na Dwars door Vlaanderen, 4º na E3 e 22º na Gent Wevelgem.
Já tinha dado mostras em anos anteriores que poderia ser um corredor interessante para o futuro e este ano tem confirmado isso.
Tom Boonen
Venceu a prova por 3 ocasiões, o belga é um dos melhores de sempre no pavé, um dos nomes mais famosos do ciclismo belga.
Além das 3 Voltas à Flandres, tem 4 Paris-Roubaix e mais umas quantas clássicas, num curriculo de sonho. Esta será a última participação de Boonen na Volta à Flandres, depois de em 2016 o seu grande rival ter arrumado a bicicleta, este ano é a vez de Tom Boonen.
Não é dos principais favoritos a ganhar este ano, ele próprio admitiu que o objectivo é o Paris-Roubaix. Mas Boonen estando em prova é sempre um homem a vigiar, o estatuto que angariou faz com que seja obrigatória a sua presença nesta lista.
John Degenkolb
O alemão já venceu um Paris-Roubaix e a prova francesa na nossa opinião assenta-lhe melhor. Mas, o ciclista da Trek não pode ser ignorado, na Gent Wevelgem, foi o único que tentou ir na roda de Peter Sagan e Greg Van Avermaet na última subida do dia, perdendo poucos metros que recuperaria no plano, o que é um bom sinal.
A sua equipa também é das mais fortes em prova, com Stuyven, Theuns e Felline e serem gregários de luxo. Apesar disso, a Trek-Segafredo não tem estado muito bem nesta primavera.
Irão participar dois portugueses, ambos da equipa Movistar, Nélson Oliveira e Nuno Bico. O primeiro, é um ciclista já com alguma experiência neste tipo de prova e com alguns resultados interessados. Em relação a Nuno Bico, o jovem estreia-se na Volta à Flandres, é uma incógnita.
***** Peter Sagan
**** Greg Van Avermaet, Philippe Gilbert
*** Niki Terpstra, Sep Vanmarcke, John Degenkolb, Oliver Naesen, Aleksander Kristoff
** Tiesj Benoot, Tom Boonen, Fabio Felline, Luke Durbridge, Sonny Colbrelli, Matteo Trentin, Zdenek Stybar
* Edvald Boasson Hagen, Jasper Stuyven, Dylan Van Baarle, Luke Rowe, Yves Lampaert, Jens Keukeleire, Lars Boom, Ian Stannard, Tony Martin
A nossa aposta: Peter Sagan
Outsider: Philippe Gilbert
Seguir em directo: Eurosport, #RVV, @FlandersCLnews, #flandersclassics
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