10 melhores momentos da temporada 2016
O ano de 2016 foi fértil em excelentes momentos de ciclismo. Tínhamos um leque de escolhas bastante grande, o que é um bom sinal, mas apenas podemos escolher dez, infelizmente alguns tiveram ficaram de fora. Aqui fica a nossa lista:
10. A exibição de Contador no País Basco
O espanhol começou a temporada, com um 3º lugar no Algarve, onde deu espetáculo no Malhão, depois ficou a poucos segundos de Geraint Thomas no Paris-Nice, prova que ficou marcada pela anulação de uma das etapas onde o espanhol poderia ter ganho tempo. Na Catalunha, foi batido por Nairo Quintana, mas no País Basco, Contador vingaria-se e arrasou a concorrência. Controlou toda a prova e no contra-relógio individual na última etapa, que incluía uma subida duríssima na primeira parte da mesma, o espanhol voou e deixou todos os adversários longe.
Depois do País Basco a temporada dele, foi para esquecer, apesar de nalguns momentos ter mostrado o porquê de ser um dos ciclistas mais importantes da última década.
9. Fabian Cancellara voa no contra-relógio dos Jogos Olímpicos
Depois do azar que teve na campanha primaveril, o suiço chegou ao Rio de Janeiro com o objetivo claro de ser campeão olímpico de contra-relógio.
Antes da prova, Tom Dumoulin e Chris Froome, eram os favoritos. Mas é na estrada que o favoritismo tem de ser confirmado e foi aí que Cancellara mostrou quem realmente merecia a medalha de ouro. O suíço esmagou toda a gente, numa exibição monumental.
Para terminar a carreira nada melhor que um título olímpico. Spartacus é um dos ciclistas mais marcantes da história da modalidade, quer se goste dele ou não.
8. O ataque de Chris Froome na 8ª etapa do Tour
O Tour foi completamente controlado pela Sky, mas a forma como Froome chegou à amarela foi estrondosa. Já todos vimos o que ele pode fazer numa subida, com aquelas acelerações demolidores, mas ainda ninguém o tinha visto o que ele podia fazer numa descida.
É verdade, que o 'queniano' beneficiou da passividade de Nairo Quintana, mas também é verdade que lhe bastou ganhar alguns metros e os adversários só o voltaram a ver no pódio a vestir a camisola amarela.
Foi a partir desse momento que tudo virou a seu favor e bastou à equipa controlar o resto da prova, num Tour, que esteve longe de ser interessante e esta situação foi das poucas que quebraram a pasmaceira.
7. Peter Sagan conquista o seu 1º monumento
Sagan começou a primavera com os já habituais resultados, ou seja, esteve perto de vencer, mas não vencia. Foi 2º na Omloop, sétimo na Kuurne-Bruxelles-Kuurne, segundo em duas etapas do Tirreno-Adriático e também na geral individual e na E3 Harelbeke, foi batido por Michal Kwiatkowski num sprint entre os dois e foi novamente...segundo.
Mas as coisas mudariam, com o eslovaco a vencer a Gent-Wevelgem e a Volta à Flandres, desta forma conquistaria de forma brilhante um dos seus sonhos, um monumento do ciclismo.
Nesse dia correu tudo bem ao eslovaco, Fabian Cancellara decidiu não responder ao ataque de Sagan, Kwiatkowski e Vanmarcke, o que se relevou um erro crasso. No Oude Kwaremont, o ciclista da Tinkoff e Vanmarcke deixaram para trás Kwiatkowski, e na subida final, o Patterberg, Sagan não deu hipóteses. Cancellara acabaria por alcançar Vanmarcke e conseguiu o 2º lugar, na sua despedida.
O eslovaco na linha de meta festejou ao seu estilo, num dia que ficará na memória dele para sempre.
6. Giro da Lombardia
A recompensa merecida para Esteban Chaves chegou no último monumento da temporada. E não foi uma vitória qualquer, foi numa das melhores provas do ano, onde não faltou espetáculo.
O colombiano que foi 2º no Giro e 3º na Vuelta, vinha de ganhar no Giro dell'Emilia depois da excelente Vuelta, o que indicava que se encontrava num grande momento de forma.
A vitória foi disputada por 3 corredores, que chegaram isolados em Bérgamo. Diego Rosa lançou o sprint, mas Chaves ultrapassou-o mesmo em cima da linha de meta, Rigoberto Uran fechou o pódio.
Esta vitória ainda tem mais significado para Chaves, já que se estreou como profissional no Giro da Lombardia na Coldeportes e viveu durante 2 anos em Bérgamo.
5. Greg Van Avermaet conquista o ouro olímpico
Depois de apresentado o percurso, poucos apostariam que o campeão olímpico seria o belga Greg Van Avermaet.
Na verdade, o belga acabou por beneficiar da queda de Nibali e Henao na descida final, mas também é verdade que ele era um dos perseguidores, o que demonstra a extraordinária prova que fez no Rio de Janeiro. Depois da queda de Nibali e Sérgio Henao, Majka que foi o único elemento do grupo que estava na frente, que não caiu, foi alcançado por Van Avermaet e Fuglsang. No sprint em Copacabana, o belga não deu qualquer hipóteses, naquele que é o momento mais importante da sua carreira.
4. Peter Sagan revalida título mundial
Depois de ter ganho em Richmond, tendo atacado a corrida nos últimos Kms, desta vez em Doha, renovou o ceptro de outra forma, num sprint num grupo com grandes nomes do sprint, entre eles, aquele que dominou este tipo de chegadas no Tour, Mark Cavendish.
Foi o final perfeito da temporada, após um ano absolutamente fantástico para o eslovaco.
3. Matthew Hayman conquista o Paris-Roubaix
Se há algo que deixou o mundo do ciclismo espantado este ano, foi a vitória de Matthew Hayman no Paris-Roubaix. Aliás, no final, nem o próprio Hayman acreditava naquilo que tinha acabado de conquistar.
O australiano completou em 2016 a sua 15ª participação, sendo que o melhor resultado que tinha obtido, foi um 8º lugar em 2012.A forma como Hayman ganha, também foi impressionante. Colocou-se na fuga do dia e depois da chegada do grupo principal, onde estava Boonen, conseguiu aguentar-se até ao fim, apesar dos ataques de Stannard, Vanmarcke, Boonen e Boasson-Hagen. No final, ainda teve pernas para bater o belga da Etixx-QuickStep ao sprint em pleno velódromo de Roubaix, local onde Boonen já teve várias tardes de glória.
2. A melhor etapa do ano, 15ª da Vuelta
O vencedor da Vuelta foi decidido neste dia e quem fez de juiz foi, Alberto Contador. O espanhol da Tinkoff não esteve no seu melhor durante toda a Vuelta, mas decidiu animar as coisas, numa etapa que parecia que iria fazer grandes diferenças.
O ataque de Contador aconteceu praticamente no Km 0, apanhando Chris Froome e a Sky a dormir, quem estava atento era Quintana e a Movistar, que seguiu o ataque do espanhol e depois fez-se história.
A Sky teve um dia desastroso, só não ficou apenas com Froome na prova, porque a organização, decidiu não eliminar grande parte do pelotão, que chegou muito depois do tempo limite. Quanto a Froome, perdeu tempo para Quintana, que nunca mais conseguiu recuperar, num dia para esquecer para o 'queniano'.
1. A recuperação 'épica' de Vincenzo Nibali no Giro
Até à 19ª etapa do Giro, Vincenzo Nibali parecia completamente fora da luta pela vitória, bastando-lhe a luta pelo pódio, mas mesmo isso, estava muito complicado. Até que o líder até então incontestado, Steven Kruijswijk ao tentar responder a um ataque do tubarão na descida do Colle dell' Agnello, vai contra uma parede de neve. A queda à primeira vista não pareceu grave, o holandês ainda perdeu tempo com a bicicleta, mas nunca mais viu Chaves e Nibali, perdendo muito tempo e a maglia rosa. Depois da etapa, soube-se que Kruijswijk tinha uma costela partida.
Na 20ª etapa, Nibali e a Astana, foram perfeitos e arrasaram, com Chaves a quebrar e a ter de se contentar com o 2º lugar e o tubarão conquistava assim o seu segundo Giro da carreira, o primeiro foi em 2013.
Esta foi uma das recuperações mais impressionantes já vistas no ciclismo, em 2 etapas, Nibali renasceu das cinzas e arrasou. Para nós foi o momento de ciclismo do ano.
O momento decisivo, a queda de Steven Kruijswijk:
A 20ª etapa, onde Nibali roubou a maglia rosa a Esteban Chaves:
Menções honrosas:
- 20ª etapa da Vuelta, Esteban Chaves rouba o pódio a Contador;
- O 'renascimento' de Mark Cavendish no Tour, é de novo o rei do sprint;
- Tony Martin volta a a ser campeão do mundo de contrarelógio;
- A recuperação 'milagrosa' de Cancellara na E3 Harelbeke, depois de um problema mecânico.
Para vocês, quais foram os melhores momentos de ciclismo em 2016?
Agradecemos a todos os utilizadores do youtube, que colocam vídeos de ciclismo. Sem eles, o nosso trabalho era bem mais complicado.
Olhando para o ciclismo em 2016, lembro-me logo do Froome subir o Mont Ventoux a correr e da quase queda do Sagan no Paris-Roubaix. Não foram os melhores momentos, mas acabaram por ser os mais impactantes.
ResponderEliminarEm Portugal, foi lindo ver um tuga gregário ganhar a nossa volta. :)