Andam a tramar a ''nossa'' vida
Praticantes de BTT (na imagem)
Uma ameaça quase invisível está a assustar os praticantes de BTT no Minho. No meio dos caminhos foram encontrados cabos de aço e arame com o intuito de fazer cair os betetistas e travar a sua passagem.
"Esperemos que não morra ninguém, porque da forma como os arames são colocados e à altura a que estão, entre o peito e o pescoço dos betetistas, podem causar a morte ou ferimentos muito graves em pessoas que só querem fazer desporto e andar na natureza", disse, ao JN, Rúbem Leite, praticante de BTT em Vila Nova de Famalicão.
Nos montes de Braga, Guimarães, Famalicão e Monte Córdova, em Santo Tirso, nos trilhos por andam os amantes de bicicletas todo o terreno, estão a ser colocados cabos de aço e arames presos às árvores que podem causar a queda dos ciclistas e, em casos mais graves, ferimentos ou até a decapitação.
"No passado domingo, encontrámos uma corda de aço em Airão Santa Maria (Guimarães) que podia ter cortado o pescoço aos betetistas que iam na frente do grupo e que estava presa a dois eucaliptos", afirmou Ricardo Araújo, praticante de BTT, com um grupo informal de amigos que, nos dias bons, pode chegar aos 50 membros. O mesmo grupo já tinha encontrado arames nos trilhos de Castelões, em Famalicão.
Nuno Lopes, da Associação de Ciclismo do Minho (ACM), conhece o problema. "Já na época passada tivemos casos idênticos, mas nunca se conseguiu apurar quem colocava as cordas", afirmou.
Entre os praticantes de BTT existe a convicção de que as "armadilhas" são colocadas por proprietários que não querem as bicicletas a passar pelos seus terrenos ou caçadores para quem as bicicletas parecem perturbar a caça.
"Nos terrenos onde há avisos a indicar que é propriedade privada, nós não entramos mas, nos montes que não estão vedados e onde já existe caminho, passamos porque não há nada a proibir a passagem", explicou Ricardo Araújo. Em Santo Tirso, pelo menos uma pessoa teve de receber tratamento médico aos cortes que sofreu no pescoço quando "esbarrou" com um cabo de aço.
As autoridades têm conhecimento de algumas situações, mas não há queixas. A primeira deve ser apresentada na próxima semana na GNR de Famalicão e os betetistas estão já munidos de fotografias e vídeos, bem como da localização das armadilhas.
Apesar das suspeitas recaírem sobre "os donos dos terrenos e caçadores", os praticantes da modalidade têm consciência da dificuldade em provar a autoria da colocação dos arames.
"Temos receio de que a moda pegue e comecem a aparecer cordas e armas em mais locais", finalizou Nuno Lopes, da Associação de Ciclismo do Minho.
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