Header Ads

Prémios 2017


Estamos perto de encerrar o ano e é a altura de fazermos uma retrospectiva sobre aqueles que foram os grandes destaques do ciclismo em 2017.

Ciclista do ano: Chris Froome

Até dia 17 de dezembro era a escolha óbvia, depois do positivo na Vuelta, passa a ser mais duvidosa e polémica. Mesmo assim, decidimos manter a eleição, com Greg Van Avermaet a ser o nome que se segue na lista.
Ter ganho Tour e Vuelta no mesmo ano, tornou esta escolha fácil, ainda acrescentou a medalha de bronze.

Melhor sprinter: Marcel Kittel

Venceu por 14 vezes em 2017, mas foram as 5 vitórias de etapa na Volta à França que faz com que seja o sprinter do ano. Fez o pleno, ou seja, venceu todos os sprints que disputou na maior prova de ciclismo do mundo.

Melhor trepador:
Richie Porte (até ao Tour), Mikel Landa

Richie Porte, foi autor de algumas das melhores exibições na montanha em 2017. Dominou como quis o Tour Down Under, a diferença para os restantes foi gigantesca. No Paris-Nice perdeu a oportunidade de ganhar a prova nas primeiras etapas, devido ao vento, mas venceu a etapa rainha. Venceu a Volta à Romandia e no Critérium Dauphiné apenas foi batido por Fuglsang na última etapa, mas na montanha esteve muito forte.

Mikel Landa, deu espetáculo na Volta à França, não conseguiu o pódio por um segundo, na montanha esteve extraordinário, ainda reclamou que a equipa lhe desse liberdade, mas acabou por ser um gregário importante para Froome. De seguida dominou como quis a Vuelta a Burgos, uma prova que lhe diz muito, já que foi ali que conseguiu a primeira vitória como profissional.

Melhor contrarrelogista: Tom Dumoulin

Em 2017 foi o contrarrelogista mais fiável e a conquista do Giro deve-se e muito aos dois contrarrelógios. Também venceu de forma enfática o título mundial de contrarrelógio e foi o motor da sua equipa no contrarrelógio coletivo que também venceram.

Melhor voltista: Chris Froome


Até esta data, venceu duas das grandes voltas em 2017, Tour e Vuelta. No entanto, é uma possibilidade que lhe seja retirada a Vuelta, devido ao positivo na prova espanhola.

Melhor Gregário: Michal Kwiatkowski

Fez uma enorme Volta a França na ajuda a Chris Froome. Esteve forte no plano, na montanha, basicamente em todo o terreno, Chris Froome tem e muito a agradecer-lhe a vitória no Tour deste ano.
Além disso, acabou por realizar um excelente ano também quando era a aposta da equipa, venceu um monumento, a Milão-São Remo, bateu Peter Sagan, também ganhou a Strade Bianche e a Clásica de San Sebastian.

Mais combativo: Thomas de Gendt

É um dos injustiçados do ano, mais uma vez. Esteve em fuga cerca de 1280 quilómetros na Volta à França e mesmo assim, o prémio da combatividade não foi para ele.
Na Vuelta acabou por ter o prémio mais que merecido ao vencer uma etapa.

Melhor jovem: Gianni Moscon

Foi 5º no Paris-Roubaix, venceu o contrarrelógio individual dos campeonatos de Itália e foi 3º no Giro da Lombardia, isto tudo com 23 anos. Ainda fez um trabalho extraordinário na montanha no Tour e Vuelta. Pela amostra é capaz de disputar provas em qualquer terreno.
No entanto, nem tudo são rosas, o jovem italiano esteve envolvido em diversas polémicas, desde acusações de racismo (foi suspenso pela equipa), passando por ter sido desclassificado no mundial por se agarrar ao carro, até ser acusado de atirar Sebastien Reichenbach ao chão.

Melhor classicómano: Greg Van Avermaet

Para esta categoria, a disputa era entre Greg Van Avermaet e Philippe Gilbert.
Escolhemos Greg Van Avermaet, porque venceu o Paris-Roubaix, Gent-Wevelgem, E3 Harelbeke e a Omloop Het Nieuwsblad. Só faltou mesmo a Volta à Flandres, que foi ganha por Gilbert.

Desilusão do ano: Mark Cavendish


O sprinter britânico procurava igualar ou passar o número de vitórias de etapa de Eddy Merckx no Tour. Mas tudo correu mal, foi um ano para esquecer, o pior da carreira do sprinter britânico. Tudo devido a uma mononucleose diagnosticada em abril, que lhe afetou a temporada toda.
Apesar de tudo esteve presente no Tour, sendo obrigado a abandonar com uma clavícula fraturada, devido à queda que valeu a expulsão de Peter Sagan.
Acabou o ano com uma vitória apenas, a 1ª etapa do Abu Dhabi Tour.

Melhor equipa WT: Team Sky

Team Sky na apresentação da Volta à França 2017 (Imagem de Tim de Waele/TDWsport.com)
Disputa equilibrada entre a Quick-Step Floors e a Sky, mas esta última ganha este confronto por um fio de cabelo.
A equipa britânica acabou em 1º lugar do ranking, venceu a Volta à França, a Vuelta a Espanha e a Milão-São Remo. Outras conquistas importantes foram, o Paris-Nice, Strade Bianche, Clásica de San Sebastian, Bretagne Classic e Clássica de Hamburgo.
Foi um ano de sonho, que acaba assombrado com o processo longo sobre o famoso 'pacote do Wiggins', que foi arquivado, mas deixou muitas dúvidas no ar. Dias mais tarde apareceu o caso de Froome, que cada vez levantam mais questões sobre a equipa britânica.

Melhor prova: Paris-Nice

Teve de tudo, as primeiras etapas foram afetadas pelo vento e pela chuva, transformou etapas planas em autêntica carnificina. Depois vimos Julian Alaphilippe a realizar um contrarrelógio incrível, dando banho em toda a gente. Na alta montanha, Richie Porte confirmou estar na forma da sua vida, ao vencer a etapa rainha. E na última etapa, vimos um Alberto Contador ao seu estilo, atacaou de longe, partiu a corrida e até final foi uma luta entre ele e a equipa Sky, perdeu a prova por 2 segundos.

Melhor clássica: Volta à Flandres

Ficou marcada pela épica cavalgada solitária de mais de 50 quilómetros de Philippe Gilbert, que é um dos grandes momentos de ciclismo, não só deste ano, mas dos últimos anos.
Também ficou marcada por um dos momentos mais insólitos do ano, a queda de Peter Sagan, Oliver Naesen e Greg Van Avermaet no Oude Kwaremont, devido a um casaco que estava nas grades, quando perseguiam Gilbert.

Melhor prova por etapas (excepto grandes voltas): Paris-Nice

Ver categoria: Melhor Prova.

Melhor etapa: 20ª etapa da Vuelta (Angliru)

Última etapa de montanha da carreira de Alberto Contador, que foi também a última vitória como profissional do ciclista espanhol.
Alberto Contador decidiu atacar na descida que antecede o Angliru, ganhou uma pequena vantagem e na subida, foi alcançando os fugitivos, um a um e com alguns a dar uma ajuda, o espanhol foi ganhando tempo. O pódio era possível, mas nos últimos 2 quilómetros, Contador acabou por perder algum tempo e por alguns segundos, não conseguiu chegar ao pódio. No entanto, o que ficou, foi mais um dia marcante de ciclismo, onde uma das 'lendas' do ciclismo deu o seu último espetáculo.

Melhor equipa não WT: Direct-Energie


Conseguiram 24 vitórias ao longo de 2017. A mais importante de todas, foi a 8ª etapa da Volta à França, conquistada por Lilian Calmejane, um dos ciclistas mais interessantes da actualidade no ciclismo francês.
A equipa esteve forte no circuito francês, com 10 vitórias no total, para isso ajudou ter nas suas fileiras, Lilian Calmejane, Adrien Petit e Bryan Coquard.

Melhor ciclista do pelotão português: Raúl Alarcón

Temporada praticamente perfeita para o espanhol. Ganhou o grande objetivo de qualquer corredor que corre no pelotão português, a Volta a Portugal.
Mas não se ficou por aqui, ganhou a Vuelta as Asturias, onde bateu nada mais nada bem do que Nairo Quintana e também conquistou o GP Jornal Notícias.
Uma menção honrosa, para Amaro Antunes, que fez uma temporada extraordinária e acabou o ano como número um do ranking APCP.


Melhor equipa portuguesa: W52-FC Porto

Não há dúvidas nesta categoria. A W52-FC Porto não só dominou no plano interno como ainda brilhou nas provas em Espanha.
Destaque para a Volta a Portugal e o desempenho na Volta ao Algarve, onde Amaro Antunes arrasou no Malhão, depois de um grande trabalho da equipa ao controlar a etapa, perante as principais equipas do pelotão internacional

Surpresa do ano: Tom Dumoulin ganha o Giro

Chegou ao Giro como um dos outsiders, atrás dos grandes favoritos, Nairo Quintana e Vincenzo Nibali.
A verdade é que o holandês bem cedo mostrou ao que veio. No Blockhaus, apenas foi batido por Nairo Quintana e depois dia a dia, foi-se aguentando, mesmo tendo problemas gástricos numa das etapas, pelo meio arrebatou a camisola rosa no contrarrelógio.
No penúltimo dia, perdeu a liderança, num dia que mostrou fragilidades, mas na última etapa, um contrarrelógio plano, recuperou-a e conquistou a primeira grande volta da sua carreira.

Momento mais divertido/caricato do ano: Poopgate

Foi um dos momentos mais inusitados do ano. Decorria a 16ª etapa do Giro, quando tudo parecia controlado por parte de Tom Dumoulin, a 33 quilómetros da meta, imediatamente antes do Umbrailpass, o holandês é obrigado a parar para fazer as suas necessidades fisiológicas.
Numa primeira fase, o grupo dos favoritos esperou, mas Ilnur Zakarin decidiu atacar a corrida e Dumoulin teve de fazer um contrarrelógio até à meta. Apenas perdeu 2 minutos e 18 segundos para Nibali e 2 minutos e 6 segundos para Quintana.
No final, o holandês disse o seguinte sobre o episódio:

"Tive de c****...foi isso. Senti-me doente logo após o topo do Stelvio, na descida foi onde o problema ocorreu."

Melhor grande volta:
Vuelta


Mais uma vez a decisão foi entre o Giro e a Vuelta. O Tour apesar de ter sido mais equilibrado este ano, não teve muita ação, foi mais uma vez uma corrida muito controlada e com poucos momentos espetaculares.
Desta vez, a Vuelta é a nossa escolha para grande volta do ano. Foi uma corrida mais imprevisível, com toda a gente a ter os seus dias maus e acabou por ter muita incerteza para todos os lugares, quase até ao fim. O percurso da prova também era bom para o espetáculo, com muita montanha, dias de transição e poucos dias para os sprinters.

Personalidade do ano:
Alberto Contador


Alberto Contador na última etapa como profissional (Imagem de Jesus Rubio, AS)
Este foi o ano que se despediram do ciclismo duas das grandes figuras deste desporto, Tom Boonen e Alberto Contador. Estes dois ciclistas marcaram a última década, um nas clássicas do pavé e outro nas grandes voltas.
A escolha entre os dois era muito difícil, decidimos escolher o espanhol. Numa altura que o ciclismo nas grandes voltas, está muito controlado, onde os potenciómetros ditam a sua lei, a despedida de um dos ciclistas mais imprevisíveis e atacantes de sempre, capaz de mexer na corrida como poucos, é preocupante. O ciclismo vai sentir a falta de Alberto Contador.

Concordam?


Sem comentários

Com tecnologia do Blogger.