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Pausa invernal


O ciclismo de estrada é um desporto de verão, por isso, as férias e pré-temporada  no ciclismo são realizadas durante o inverno no hemisfério norte.  Apesar de ser uma época do ano onde não há competição, o que não faltam são motivos de interesse ligados à modalidade.
Durante este período, os adeptos da modalidade têm de arranjar outro 'passatempo' e um deles é relativamente recente, trata-se de acompanhar os seus 'idolos' nas redes sociais. Onde podem seguir as férias dos mesmos em destinos paradisíacos e mais tarde, imagens e vídeos dos treinos de pré-temporada em Calpe ou na Gran Canária. Vivemos tempos em que as redes sociais têm um papel essencial na vida de um ciclista e nas equipas. São a melhor forma deles comunicarem com a comunidade ciclistica ao redor do mundo, aproximando os adeptos dos seus ídolos e tornando global este maravilhoso desporto.
Este fenómeno das redes sociais, como já foi dito atrás, é relativamente recente, Thomas Dekker e Jan Ulrich ainda são do tempo em que o ciclismo era um meio fechado e 'secreto'. Vocês agora perguntam e com razão: o que é que estes dois fazem neste artigo? É simples, nos últimos dias estes dois ex-ciclistas decidiram agitar a malta que gosta de ciclismo e foram notícia. Um deles, Jan Ulrich (vencedor do Tour de 1997) decidiu finalmente falar após anos de silêncio, numa interessante entrevista ao Cyclingnews. O alemão revelou que passou um período negro da sua vida, depois de se ter retirado, devido à pressão exercida pelos media alemães, que estavam sedentos para saber detalhes da Operacion Puerto, escândalo que envolveu Ulrich.
Em relação ao holandês, não foi uma entrevista que fez notícia, mas sim o lançamento do seu livro, onde segundo algumas informações, revela o programa de doping implementado na equipa onde correu, a Rabobank. É mais um livro sobre a temática lançado por um ex-ciclista, impressionante como tantos ciclistas se tornaram escritores nos últimos anos!

Enquanto uns dão entrevistas, outros lançam livros e os melhores ciclistas da actualidade encontram-se de férias, o praticante amador do hemisfério do norte, tem de arranjar forma de enganar o frio, a chuva e o vento. Os dias ficam mais pequenos, o que significa que há menos horas com luz, apesar disso, o amor à bicicleta supera tudo e é esta ligação que faz com que o ciclismo tenha dos melhores e mais fieis adeptos do mundo. Que apesar dos sucessivos escândalos, continuam a encher as bermas das estradas no Giro, nos monumentos, no Tour, na Vuelta e mesmo na nossa Volta a Portugal, para vibrar com os heróis do pedal.
De qualquer forma, a pré-temporada está prestes a começar e a temporada inicia-se em janeiro, este ano uns dias mais cedo do que no ano transato. O Tour e o Giro já apresentaram o percurso. Alguns ciclistas já começaram a divulgar os seus calendários e objetivos para o próximo ano. E algumas equipas também já mostraram o equipamento com que irão para a estrada em 2017.  
A temporada do World Tour terminou em outubro, em Portugal, a temporada de estrada encerrou em agosto e vai começar mais tarde, em fevereiro, na Volta ao Algarve. O hiato competitivo é muito grande e o calendário ao longo do ano é pouco preenchido, são quase 6 meses de hibernação!

Para quem não quer ficar sem ver ciclismo, existem duas 'alternativas invernais', Ciclocross e pista. O Ciclocross é um autêntico fenómeno de popularidade na Bélgica e Holanda, entretanto, espalhou-se por toda a Europa e América do Norte, sendo uma vertente muito popular em muitos países, mas ainda sem o nível competitivo que se encontra na Bélgica e Holanda. O espetáculo é garantido e algumas figuras desta vertente de ciclismo, fizeram a transição para a estrada, Zdenek Stybar e Lars Boom são os nomes mais famosos. O checo que atualmente é companheiro de Tom Boonen na Quick-Step, foi duas vezes campeão do mundo da especialidade.
Os dois meninos bonitos do Ciclocross na atualidade, Mathieu Van Poel e Wout Van Aert também fazem estrada, o holandês já chegou a dizer que um dia irá fazer a transição completa. Enquanto esse dia não chega, a rivalidade entre estes dois fenómenos do Ciclocross merece ser acompanhada todos os fim de semanas.
Em relação à pista, alguns dos melhores pistards também são estrelas na estrada, nomes como Mark Cavendish, Elia Viviani, Fernando Gavíria e Bradley Wiggins são presença habitual nas competição no velódromo, o que tem ajudado à promoção desta vertente do ciclismo. Enquanto escrevo este artigo, estão a decorrer os 6 dias de Gent e no mês passado foi Londres que recebeu alguns dos melhores durante 6 dias, nesta disciplina. O enorme sucesso da prova Londrina, com uma cobertura mediática cada vez maior e subsequente aumento de popularidade, demonstram que o ciclismo de pista está de boa saúde.

Por tudo isto, não é preciso entrar em depressão, esta é a época do ano perfeita para quem é viciado nas duas rodas, relaxar e descansar um pouco. O Natal está a chegar e no sapatinho quem sabe se não haverá uma prenda 'ciclistica', nunca se sabe!

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